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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Cisma - Divisão Igreja Romana x Igreja Ortodoxa

Cisma

A causa principal do rompimento doutrinário que deu origem as Igrejas Ortodoxas e a Romana.

Se a Igreja, espalhada no conjunto da bacia mediterrânica e organizada em redor dos seus cinco patriarcados (Roma. Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém), soube guardar no princípio a sua unidade global, (seguramente, largos sectores da parte oriental da Igreja desligaram-se dela após o Concílio de Calcedônia - as Igrejas da Armênia, da Etiópia, do Egito), esta unidade tornar-se-á mais aleatória depois da queda do Império romano do Ocidente.

As divergências culturais - uso do latim no Ocidente, do grego no Oriente bem depressa cederão o passo às divergências de ordem político-religiosa que resultaram da separação do mundo mediterrânico em entidades políticas distintas. A anarquia merovíngia no Ocidente que, por muitas vezes, fez do papa o único elemento estável, reforça a autoridade jurídica do primeiro romano, o qual anteriormente desfrutava apenas de uma primazia de honra.

O desenvolvimento do Império de Carlos Magno (séculos VIII e IX) havia de acentuar esta tendência para ver na parte ocidental da Igreja o modelo e o guia de toda a Igreja. Na impossibilidade de se fazer reconhecer por Bizâncio, Carlos Magno será tentado a utilizar argumentos teológicos para demonstrar o caráter de subordinação do Império do Oriente, e, por conseqüência, igualmente da sua Igreja. E muito embora os papas desta época tenham ainda reagido contra a introdução oficial de tais argumentos nos cânones da Igreja, o pomo de discórdia lançado pelos "livros de Carlos Magno" - a questão do Filioque - dividirá cada vez mais o Ocidente e o Oriente cristãos.

O Filioque - "o Espírito Santo procede do Pai e do Filho" - é um acrescentamento tardio, feito por um sínodo ocidental (Toledo, século VI), ao texto primitivo do Concílio de Nicéia que afirma que o "Espírito Santo procede do Pai." A ofensa pareceu muito grave aos olhos da parte oriental da Igreja, e isso por duas razões. Por um lado, um órgão eclesiástico - ocidental, na ocorrência - arrogou-se o direito, sem consultar o conjunto do corpo eclesial, de modificar uma formulação doutrinal elaborada por um concílio ecumênico que representava a Igreja universal.

A introdução do "Filioque" constituía, já só por si, uma ferida aberta na unidade da Igreja.

Por outro lado, o próprio conteúdo do acrescento manifesta uma divergência doutrinal profunda sobre a natureza de Deus. Se para os Padres do Concílio de Nicéia o Espírito Santo não pode proceder senão do Pai porque Deus é, primeiro que tudo, pessoal - Pai, Filho e Espírito Santo, antes de ser Essência divina única - para os teólogos ocidentais de Toledo que seguem sobre este ponto o grande teólogo ocidental Sto Agostinho, Deus é, antes do mais, Essência divina única, o que permite então falar de uma dupla origem do Espírito Santo - do Pai "e do Filho." A introdução progressiva do "Filioque" no Ocidente será o índice das divergências doutrinais cada vez mais profundas que, por seu turno, terão repercussões sobre a doutrina da Igreja, pregada respectivamente pelas duas partes da cristandade, estas doutrinas divergentes que alargam reciprocamente o fosso que se vai cavar cada vez mais.

Na sua reação contra o cesaropapismo carolíngio. os papas acabarão por chegar a confundir cada vez mais a sua autoridade espiritual de patriarcas do Ocidente com uma autoridade jurídica de coerção, o seu primado de honra com o poder universal e absoluto. Em conseqüência, conforme já se disse ' , "reformando a Igreja do Ocidente, os papas tentaram estender as suas reformas ao Oriente e fracassaram. Este fracasso contribuiu ainda para apertar a unidade de uma cristandade ocidental monolítica e fechada sobre si mesma."

Um dos incidentes maiores desta luta manhosa devia ser a tentativa feita pelo papa Nicolau I de depor o patriarca de Constantinopla, Fócio, eleito regularmente, que respondeu com uma "encíclica," acusando o papa de heresia. Compreendiam-se cada vez menos, faltando cada vez mais uma linguagem comum. Em 1014, por ocasião da coroação do imperador Henrique II, a Igreja ocidental introduziu oficialmente na sua liturgia o uso do Filioque, decisão que precipitou o movimento de ruptura. agora inevitável.

Apesar do espírito muito compreensivo de alguns pontífices (como João VIII, 872-882) e do desejo dos Orientais de continuarem a ver na pessoa do Papa o primado de honra de toda a Igreja, as divergências culturais, doutrinais, políticas e eclesiásticas que cavavam um fosso cada vez mais profundo entre a parte ocidental e oriental da única Igreja de Cristo, acabaram por provocar a ruptura. Paradoxalmente, estas divergências aparecerão, no momento do drama, sob a forma de querelas incidentes sobre questões menores relativas aos ritos exteriores, tais como o uso do pão sem fermento, o celibato dos padres, etc.

Para regular estes diferendos, legados do papa Leão IX dirigiram-se a Constantinopla em 1054 onde, perante as reticências do patriarca que punha em dúvida a sua boa-fé, os emissários de Roma depuseram sobre o altar de Santa Sofia a bula de excomunhão que acusava os Gregos, entre outras coisas, de terem "subtraído (sic) o Filioque" da confissão de fé e de admitirem o casamento dos padres.

Em 1204, por ocasião do saque de Constantinopla pelos Cruzados latinos, o irreparável - sob o ponto de vista humano será consumado: não se falará mais, daí para diante, da Igreja de Cristo, mas da Igreja latina romana à qual faz frente a Igreja oriental ortodoxa.

Os concílios "de união" (Lião e Florença, nos séculos XIV e XV), pelos seus fracassos, apenas tornam mais doloroso o escândalo do primeiro grande cisma da Igreja que, rompendo o equilíbrio interno do Corpo de Cristo, abrirá a porta aos cismas posteriores da cristandade ocidental - a Reforma e as seqüelas de outras divisões. Daqui por diante, as duas partes da cristandade evoluirão separadamente.

3 comentários:

Anônimo disse...

Acho estas Igrejas farinha do mesmo saco, Por EX; Padres dispreparados o Bispo Dom Leonino Gomes Neto parece um analfabeto, fala mau de todo mundo vai pro inferno de tanto cluniar os outros que curso ele tem.? veio da Brasileira que e outra ordena qualquer um, homosexuais, pedofilos, mau carater etc ai não pode ter a presença do Expirito santo vejo nestas Igrejas cabide de Emprego este Sr Leolino tem propriedades adquiriu como? será que ta no nome da Igreja Ou dele? ou de algum Parente? ficar rico assim e muito Facil. viva EDIR Macedo ele pede os Pastares pedem mas fazem alguma coisas seu templos são confortaveis. e e da Igreja.

Anônimo disse...

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