Não se sabe muito bem a data de nascimento de São Francisco mas foi nos finais de 1181, em Assis.
Seu pai, Pedro Bernardone era um grande e poderoso comerciante de tecidos e sua mãe era D. Pica, uma distinta senhora francesa. São Francisco foi baptizado com o nome de João, na catedral de São Rufino, mas algum tempo depois seu pai alterou-lhe o nome para Francesco (Francisco), como forma de homenagear a Graça onde ia buscar os panos para o seu comércio.
Aprendeu a ler e escrever à sombra do Clero, na igreja enquanto sua mãe, lhe dá uma educação quase ao estilo francês (culto do gosto pela música e alegria, pela cordialidade e delicadeza no trato).
Em Novembro de 1202 Assis trava guerra contra Perúsia, São Francisco é feito prisioneiro e permanece em cárcere cerca de um ano, após o qual é mandado em liberdade por se encontrar gravemente enfermo.
Na Primavera de 1205, já restabelecido, decide responder aos apelos do Papa e alista-se nos exércitos comandados por Gualter de Brienne para combater na Apúlia onde é armado cavaleiro e parte.
Em Espoleto durante um sonho, ouve uma voz que o interroga sobre quem vale mais servir, se o Senhor ou o servo. Respondendo ele que ao Senhor, a voz disse-lhe “Eu sou o teu Senhor, volta para Assis e lá te direi o que fazer” (Cf. LM I, 3 in F.F:, p. 600).
Volta a Assis e espera de novo aquela voz. O tempo passa e São Francisco é Coroado o Rei da Juventude pela sua alegria, modo cortês e pelas muitas festas que dava aos amigos.
No verão encontra um leproso e foge. Arrebatado, como quem procura ainda aquela voz, volta a trás, beija o leproso e sente romper dentro de si como que algo que o prendia a si mesmo e aos seus medos. Seria Cristo transfigurado naquele leproso? (Cf. 2 CV, 9 e T. 3, in F.F., pp.366 e 170 respectivamente).
Pouco tempo depois dá a última festa aos seus amigos mas aquele tipo de vida começava a não lhe dizer nada. Algo de Estranho se estava a passar com ele.
Nos finais de 1205, durante um passeio pelo campo, entra na pequena capela em ruínas, dedicada a S. Damião. É aí que, contemplando o grande crucifixo bizantino lhe vem a interrogação: “Senhor, que queres que eu faça?”. Algo de insólito acontece: S. Francisco ouve de novo aquela voz de Espoleto que lhe diz: “Vai Francisco e Restaura a minha Igreja que como vês ameaça ruir!”.
A partir daqui a sua vida muda completamente, vende alguns panos do pai para o restauro daquela capelinha o que leva a conflitos com pai que desesperado com as atitudes do filho, o leva ao tribunal. E é aqui que São Francisco se despoja de tudo, dinheiro, roupas e até do próprio nome: “até aqui tenho chamado na terra pai a Pedro Bernardone. De hoje em diante direi apenas “Pai-nosso que estais no céu!” (cf. LM II, 1-4, in F.F., pp. 604-607).
Depois de Renunciar a tudo, veste-se com um hábito de eremita e começa a restaurar ele mesmo a capelinha de São Damião. Depois desta segue-se S. Maria da Porciúmcula, que viria mais tarde a ser o berço de toda a sua Ordem, S. Pedro e outras.
A sua verdadeira vocação acaba por descobri-la no dia 24 de Fevereiro de 1208, na Porciúncula, onde ouve ao ler o Evangelho da missa da festa de S. Matias. Ao ouvir que “os discípulos de Cristo nada deviam possuir, mas somente pregar o Reino de Deus e a penitência, imediatamente exclama: ‘isto mesmo eu quero, isto peço, isto anseio poder realizar com todo o meu coração”. São Francisco depressa se desfaz das sandálias, atira fora o bastão, contenta-se apenas com uma túnica e substitui o cinto por uma corda (cf. 1 c 18-21, in F.F., pp.243-246).
Da sua vida há a referir o seu grande amor às Criaturas, a sua paixão pelo mistério do Natal, a sua dor pela paixão de Cristo, a paz e reconciliação que fez entre o podestá da Cidade de Assis e o Bispo, a paz entre tantas cidades e Aldeias e até entre um Lobo e os Habitantes da cidade Gubbio.
O amor por Cristo pobre, leva-o a desejar duas coisas antes de morrer: “Senhor meu, Jesus Cristo, rogo que me concedas duas graças antes de morrer: que eu sinta no meu corpo e alma, quando possível, as dores que Tu sofreste na Paixão e que eu sinta no meu coração, quanto possível, aquele Amor em que Tu ardias quando sofreste voluntariamente tantos tormentos por nós pecadores”.
Cristo aparece-lhe como um Serafim crucificado imprimindo nele os Seus estigmas. Era dia 14 de Setembro de 1224, festa da exaltação da Santa Cruz. Dois anos mais tarde, já em Assis no pequeno convento da Porciúncula, junto daquela capelinha dedicada à Mãe de Deus, berço de toda a Ordem, S. Francisco sente a chegada da sua hora manda chamar os seus filhos até si e abençoa os filhos presentes e todos os que viriam no futuro.
Deitado sobre a terra nua, entre muita oração e lágrimas dos presentes, espera consciente o momento de partir.
Era o dia 3 de Outubro de 1226, um Sábado, Logo após o pôr-do-sol S. Francisco exclama: “eu cumpri a minha missão; Cristo vos ensine a cumprir a vossa (...) adeus, meus filhos, vivei no temor do Senhor e nele vos conservai sempre!” (Cf. 2 C 214-216, in F.F., pp. 545-547)
No dia seguinte é sepultado na igreja de São Jorge, dentro das muralhas da cidade de Assis.
No dia 16 de Julho de 1228, dois anos após a sua morte, São Francisco é canonizado por Gregório IX.
Em 1230 o corpo de São Francisco é exumado e transladado para a cripta da Basílica construída em sua honra (Cf. F.F., p. 18).
Pela Sua forma de olhar as coisas criadas, João Paulo II proclama Francisco de Assis com Patrono da Ecologia e dos Movimentos Ecologistas, a 29 de Novembro de 1979.
Assis, é hoje uma cidade mundialmente conhecida. É a cidade do “Poverello”, do Patriarca do Pobres, do Irmão Universal. Esta cidade viu nascer o Homem que mais abalou a Sociedade e a Igreja neste nosso milénio, São Francisco de Assis é considerado o Homem do milénio, encabeçando a lista dos 10 maiores e seguido de: Gutemberg, Colombo, Miguel Angelo, Lutero, Galileu, Shakespeare, Thomas Jefferson, Mozart e Einstein
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