O quinto dos onze filhos de Antônio Claret e Josefa Clara nasceu em 23 de dezembro de 1807, no povoado de Sallent, diocese de Vic, Barcelona, Espanha. Foi batizado no dia de Natal e recebeu o nome de Antônio Claret y Clara. Na família, aprendeu o caminho do seguimento de Cristo, a devoção a Maria e o profundo amor à eucaristia.
Cedo aprendeu a profissão do pai e depois a de tipógrafo. Na adolescência, ouviu o chamado para servir a Deus. Assim, acrescentou o nome de "Maria" ao seu, para dar testemunho de que a ela dedicaria sua vida de religioso. E foi uma vida extraordinária dedicada ao próximo. Antônio Maria Claret trabalhou com o pai numa fábrica de tecidos e, aos vinte e um anos, depois de ter recusado empregos bem vantajosos, ingressou no Seminário de Vic, pois queria ser monge cartuxo. Mas lá percebeu sua vocação de padre missionário.
Em 1835, recebeu a ordenação sacerdotal e foi nomeado pároco de sua cidade natal. Quatro anos depois, foi para Roma e dirigiu-se à Propaganda Fides, onde se apresentou para ser missionário apostólico. Foram anos de trabalho árduo e totalmente dedicado ao ministério pastoral na Espanha, que muitos frutos trouxeram para a Igreja. Em 1948, foi enviado para a difícil região das Ilhas Canárias.
No entanto ansiava por uma obra mais ampla e assim, em 1849, na companhia de outros cinco jovens sacerdotes, fundou a Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, ou Padres Claretianos. Entretanto, nessa ocasião, a Igreja vivia um momento de grande dificuldade na distante diocese de Cuba, que estava vaga havia quatorze anos. No mesmo ano, o fundador foi nomeado arcebispo de lá. E mais uma vez pôde constatar que Maria jamais o abandonava.
Era uma vítima constante de todo tipo de pressão das lojas maçônicas, que faziam oposição violenta contra o clero, além dos muitos atentados que sofreu contra a sua vida. Incendiaram uma casa que se hospedava, colocaram veneno em sua comida e bebida, assaltaram-no à mão armada e o feriram várias vezes.
Mas monsenhor Claret sempre escapou ileso e continuou seu trabalho, sem nunca recuar. Restaurou o antigo seminário cubano, deu apoio aos negros e índios, escravos Em 1855, junto com madre Antônia Paris, fundou outra congregação religiosa, a das Irmãs de Ensino Maria Imaculada, ou Irmãs Claretianas. Fez visitas pastorais a todas as dioceses, levando nova força e ânimo, para o chamado ao trabalho cada vez mais difícil e cada vez mais necessário. Quando voltou a Madri em 1857, deixou a Igreja de Cuba mais unida, mais forte e resistente.
Voltou à Espanha porque a rainha Isabel II o chamou para ser seu confessor. Mesmo contrariado, aceitou. Nesse período, sua obra escrita cresceu muito, enriquecida com seus inúmeros sermões. Em 1868, solidário com a soberana, seguiu-a no exílio na França, onde permaneceu ao lado da família real. Contudo não parou seu trabalho de apostolado e de escritor por excelência. Encontrou, ainda, tempo e forças para fundar uma academia para os artistas, que colocou sob a proteção de são Miguel.
Morreu com sessenta e três anos, no dia 24 de outubro de 1870, no Mosteiro de Fontfroide, França, deixando-nos uma importante e numerosa obra escrita. Beatificado pelo papa Pio XI, que o chamou de "precursor da Ação Católica do mundo moderno", foi canonizado em 1950 por Pio XII. Santo Antônio Maria Claret é festejando no dia de sua morte.
Santo Antonio Maria Claret, rogai por nós
Luís Guanella
Bem-Aventurado
Luís Guanella nasceu no dia 19 de dezembro de 1842, em Franciscio Campodolcino, uma região montanhosa no norte da Itália. A sua família era numerosa e de poucos recursos. Do pai, Lourenço, herdou o caráter forte e tenaz do montanhês; da mãe, Maria, a gentileza e a compaixão para com os pobres; de ambos, herdou a fé robusta, o amor à oração e a confiança na Providência Divina.
Logo percebeu sua vocação para o sacerdócio, pois o seu coração e a sua mente estavam sempre repletos do desejo de ajudar os pobres e doentes. Por isso, no colégio e no seminário diocesano, fez os estudos preparatórios para o sacerdócio e, em 1866, foi ordenado sacerdote.
Dom Guanella exerceu seu ministério em pequenas paróquias. Entretanto, movido por um impulso interior, procurou seu caminho ao lado do agora santo João Bosco, o Apóstolo da Juventude, que o acolheu. João Bosco foi seu orientador e conselheiro durante três anos. Com ele, dom Guanella reforçou ainda mais o seu zelo de pastor de almas, já que, além do bem espiritual dos seus paroquianos, preocupava-se com a sua promoção humana e social.
Foi chamado e voltou a trabalhar na diocese com confiança e esperança, aguardando a hora da misericórdia de Deus para iniciar aquelas obras de caridade. Mas teve de esperar muito. E seu caminho foi de difíceis provações; sofrendo perseguições políticas e sociais, provando, muitas vezes, o sentimento de solidão e desânimo.
Dom Guanella sempre via desfazerem-se todas as tentativas de iniciar sua obra. Mas forte na fé, perseverou. Só depois de vinte anos de ministério conseguiu autorização do bispo para abrir, na cidade de Como, uma Casa onde abrigaria os marginalizados pela sociedade, os velhos abandonados, os deficientes físicos e mentais, as crianças órfãs etc.
No início, a Obra foi humilde, mas cresceu robusta. Logo foram abertas várias casas. Em seguida, fundou uma Congregação religiosa feminina, as "Filhas de Santa Maria da Providência", e uma masculina, a "Congregação dos Servos da Caridade", para o atendimento integral da Obra.
Ainda em vida o fundador viu a família guaneliana cruzar as fronteiras da Itália e depois cruzar os oceanos. Atualmente, a obra de dom Guanella continua, graças à presença de seus filhos e filhas espalhados nos quatro continentes, em mais de vinte nações, entre as quais estão Brasil, Paraguai, Argentina, Chile, Colômbia, Guatemala, México e Estados Unidos.
Ele faleceu com setenta e três anos de idade, na cidade de Como, Itália, no dia 24 de outubro de 1915. O papa Paulo VI beatificou dom Luís Guanella em 1964, em Roma. A sua família religiosa e os fiéis celebram a sua memória no dia de sua morte.
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