Entidades religiosas divergem sobre aborto de feto anencéfalo
Reuters/Brasil OnlineEntidades religiosas divergiram sobre a legalização do aborto de fetos anencéfalos, que nascem com má formação cerebral, durante audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF).
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que representa a Igreja Católica no país, voltou a se posicionar contra a interrupção da gravidez de fetos anencéfalos e o representante da entidade na audiência, padre Luiz Antônio Bento, defendeu a tese de que "o feto anencefálico é um ser humano vivente".
"Ninguém pode autorizar que se dê a morte a um ser humano inocente, seja ele embrião, feto, ou criança sem ou com má-formação, adulto, velho, doente, incurável ou agonizante", disse o religioso segundo o site do STF.
Outras entidades, como a organização não-governamental Católicas pelo Direito de Decidir defendeu a legalização do procedimento.
"O que se quer é igual direito para Severina (a que decide interromper a gestação) e Cacilda (a que decide levar a gestação até o fim)", disse a presidente da ONG, Maria José Fontelas Rosado Nunes.
O representante da Igreja Universal do Reino de Deus na audiência, 'bispo' Carlos Macedo de Oliveira, argumentou que a questão envolve a saúde e os direitos da mulher e defendeu que a gestante possa escolher pela antecipação terapêutica do parto.
"Talvez nenhum de nós consiga dimensionar os agravos de uma gravidez acometida de anencefalia", disse. "Descriminalizar o aborto é diferente de torná-lo obrigatório."
Também participaram da audiência a Associação Médico-Espírita do Brasil e a Associação Nacional Pró-Vida e Pró-Família.
O STF ainda realiza mais duas audiência públicas sobre o tema, na próxima quinta-feira e no dia 4 de setembro. Ainda não está definida a data do julgamento da questão.
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