Não são apenas os judeus que estão irritados com a suspensão da excomunhão do bispo que nega que judeus tenham morrido em câmaras de gás na Segunda Guerra Mundial.
Muitos católicos, inclusive o teólogo Hans Kung, vieram de público repudiar a atitude de Bento XVI. Para ele, “esse papa está solapando as conquistas do Concílio Vaticano II, inclusive a aproximação com outras religiões e denominações cristãs”.
“Ele interpreta os textos do concílio às avessas, de frente para atrás. Sua idéia de liturgia é medieval, anti-popular”, disse Kung, que já foi disciplinado anteriormente por Ratzinger, quando este era defensor da doutrina sob João Paulo II.
A posição de Bento XVI no caso da eutanásia e do aborto está lhe valendo o apelido de “Papa Não”, segundo Sylvia Poggioli, da rádio NPR.
Alberto Melloni, diretor da Fundação Papa João XXIII, está embasbacado com a decisão papal. “Isso solapa a credibilidade da Igreja Católica e legitimiza os antissemitas, os ultraconservadores que defendem que os judeus mataram Jesus Cristo, uma infâmia rejeitada pelo Concílio Vaticano II. A reabilitação de Williamson torna opcional aderir às reformas do concílio”, ele falou.
“O diálogo entre cristãos e judeus está em perigo”, disse o rabino David Rosen, diretor de uma organização que promove o diálogo entre o judaísmo e outras religiões. “Duvida-se agora do compromisso da igreja combater o antissemitismo, que o Papa João Paulo II descreveu como um pecado diante de Deus e dos homens. Se um indivíduo nega o holocausto, uma posição gritantemente antissemita, então como você pode aceitar esse indivíduo como um bispo, se ele está em conflito completo com seus ensinamentos?”
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